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3 de mar. de 2010

Do desespero e outros silêncios.


Angelo Bronzino, Triunfo de Vênus, 1450-5(fragmento)

E o poeta se joga
Do alto do fim
Do primeiro verso

Despenca todo poema
E cai em cima do ultimo
Ponto final

Ele não quer mais
Respirar locuções
Não quer mais se alimentar
De rimas

Ele quer se enforcar
Em cada palavra

Morrer sufocado
Por silêncio.


Escrevi isto hoje de manha, mas na verdade trago este nó por dentro desde ontem (e você sabe porque!). Sinto vontade de acabar com TUDO, mas, por covardia, vou acabando com isto aqui: de que me vale tanto dizer, se o mais importante é sempre silêncio?

5 comentários:

Gabriela Oliveira disse...

Muito intenso o que você escreve. Gostei do seu blog.

bju.

BLUESMILE disse...

Gostei especialmente deste poema, da sensibilidade que revela.

Lembrou-me este poema do Eugénio de Andrade:
"Sê paciente;
espera
que a palavra amadureça
e se desprenda como um fruto
ao passar o vento que a mereça."

è que o poema não é apenas desencanto mas esperança.

Tania regina Contreiras disse...

Silêncio...Ele aparece muito nos seus versos. Mas acho que os poetas procuram por ele o tempo todo, através das palavras. Acho que vou seguir esse seu silêncio...

abraços

Anônimo disse...

Particularmente vejo que os poetas não o procuram pois ele já está contido nos próprios indivíduos, está contido nos objetos , no mais extrasensivel pensamento da mente .

att,
Peregrinador das Ilusões.

Abraço

Flávio Alencar disse...

Belo caminho, vou frequentar teu blog mais vezes!!