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28 de nov. de 2010

A ultima sinceridade.

Definitivamente e sem mais palavras ou metáforas cínicas, não postarei mais aqui...

21 de nov. de 2010

III Colóquio Benedictus de Spinoza

Viajarei só, à noite. Seremos apenas eu e a multiplicidade confusa das estrelas, além de todo o silencio da verdadeira face do universo. Somos todos, aqui neste planeta a girar sem nenhum pragmatismo, corpos a brilhar, pior ainda, não temos brilho próprio: a escuridão a negar qualquer significado ou distinção, e nós aqui a refletir uma luz que teima em nos atingir. Lá fora, o que de fato há é apenas silencio e escuridão, nada mais. Nada para buscar, nada para investigar, nada de claro e distinto para ser revelado. Fora isso, há uma ninharia de luz a afirmar-se sozinha, vagando em uma velocidade inalcançável, eternamente única. O buscar é apenas a afirmação da inconformidade ante ao NADA, não é a profecia de que algo está velado.

Será que é preciso mesmo manter-se puro e polido para refletir essa luz?

A noite será solitária, as previsões não podem ser outras. Na companhia de um artigo que eu ainda não consegui cuspir pra fora e que provavelmente me será cobrado nos próximos dias, com um bolo imenso de conceitos dentro do estomago, todos a se revirarem lançando pequenas idéias enzimáticas para a cabeça, tornando cada vez mais nítida a vertigem.

Duas esfinges me fitam ameaçadoras: ou a forma como ando bebendo os conteúdos não me permite digeri-los e expressa-los, ou não há nada que eu possa dizer com o meu dialeto cacofônico destas coisas que me empurram goela abaixo...


17 de nov. de 2010

Há que se derramar-se de alguma forma.

Descobri anteontem que os gregos - ou talvez até outros antes deles, há os que defendem a real originalidade do oriente - já sabiam que a composição da lágrima é a mesma que a do sêmen: então isso quer dizer que eles já sabiam que em todo sofrer há algumas gotas de prazer e que para todo instante de gozo há que se derramar-se em sofrimento.

O silêncio é a única verdade*...

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...Todo o resto é grito de quem não consegue ouvi-lo.



*É esse... Breve... Breve... Acerca dele só me resta calar, ainda não descobri uma epistemologia do infinito-instante-singular-em-si-mesmo-eterno**.
**Segundo Espinosa, filósofo nascido, fundido a ferro e fogo, na Holanda do séc. XVII, Deus, a Natureza, a Substancia Única, a Totalidade de todas as coisas encerrada e contida em seus limites, revela-se a si mesma, exprime , e imprime, toda a sua verdade e toda a sua potência - imputando em si mesma as suas marcas -, naquilo que há de mais singular, mais determinado e, inevitavelmente, quase que condenadamente, mais subordinado, mais condicionado, mais Finito... Mais... Ínfimo e Fugaz.

Obs.: Mais uma vez, como em todos os outros posts que jazem neste sitio, o que fica é a certeza, tácita (com todo o risco subjacente), que o mais importante foi apenas insinuado - que me perdoem os que aqui entram procurando uma completude encerrada em locuções quaisquer.