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19 de jan. de 2010

O fim do poema.

Mas em que momento,
Às cegas, às escuras,
Eu fui te amar
Eu fui te ver?

Como rimas invisíveis
Uma sutileza implícita
Paranóia amiga
(Calada cega e sem nome).

Mas a realidade
É muito mais do que Beijos Sonhados.
Muito mais do que
Abraços Imaginados,
Na ausência, na espera.

Em que momento
A gente se perdeu,
Fingiu sumir,
Fingir, fugir do caminho?

Em que momento
As rimas sumirão?
A sutileza das métricas,
A volúpia dos gostos?

Em que momento
A insipiedade das palavras?


... E aqui te encontro, no fim do poema. Na linha tênua que separa a minha ilusão do teu rosto frio a me ignorar.


(escrito originalmente em 12 de dezembro de 2009)

1 comentários:

Ângela Calou disse...

e há que tudo ser assim...em implicitude...pois como diria Carlos Nóbrega, o explito deforma...mesmo que o risco disso seja o do beijo imaginário, do abraço-mímica...não há que se matar o delicado da dúvida qnto ao outro, pois tvz seja ela que sustente a certeza desse mesmo outro em nós.

abraços Rafael. texto muito bonito.