O estrabismo.
...A boca repousava entre as bochechas frias e sobre o queixo rígido. Meio aberta, parecia esperar o beijo de um homem; de um sonho idealizado representado por um rosto que vira em uma banca de revistas.
...Os olhos, fixos, separados pelo nariz estático, pois naquele instante prendera o ar nos pulmões (condenara-o após aquele suspiro que vinhera sem avisar), estes olhos, tão imóveis quanto um pássaro a contemplar a cidade do alto da estatua da catedral, contemplavam o horizonte, ou talvez nele se perdiam. Nada esperavam; se despediam. Pois seu corpo caminhava, talvez até corresse, não sei para onde, não sei por que caminho, enquanto mantinha sua cabeça curvada pra trás: toda ela era desejo e despedida... Necessidade e fuga.
(escrito originalmente em 1 de novembro de 2009)
Obs: A imagem, Vichy, pintura de Roy lichtenstein, de 1964 (fragmento), é a original que me inspirou(despertou).
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